15 de Junho de 2020 às 11:05

A Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI) vai criar um grupo de estudos para debater melhores formas de utilizar recursos de Inteligência Artificial (AI) nos serviços públicos oferecidos em Mato Grosso.
A criação do grupo é resultado da 10ª edição do Café Tech, promovida no dia 10/06. A iniciativa foi criada pela MTI para disseminar a cultura da inovação entre os colaboradores da empresa.
Nesta edição, o analista da MTI e mestrando em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Sandro Brandão, palestrou sobre “machine learning” no contexto de governos digitais.
O “machine learning” é um subcampo da Engenharia e da Ciência da Computação que estuda algoritmos, padrões e teorias do aprendizado computacional em inteligência artificial. Na palestra, Brandão falou sobre os sistemas de recomendação, muito utilizados em grandes empresas e serviços de streaming, como Netflix e Spotfy.
Esses sistemas usam banco de dados dos usuários para ofertar o produto que o cliente, provavelmente, mais se interessaria, com base em seus gostos e padrões de comportamento.
“Isso tudo já é estudado desde 1956, a diferença é que agora existe uma maior disponibilidade de dados e série histórica para auxiliar neste desenvolvimento. E por que não trazemos isso para dentro da estrutura de governo? Como potencializar este uso na melhoria dos serviços públicos?”, reflete Brandão.
Segundo Brandão, várias aplicações podem ser pensadas e executadas para os serviços de trânsito, Segurança, Educação, Saúde, Fazenda. Mas, além disso, seria na própria oferta de serviços já disponíveis.
“O grande x da questão é a sobrecarga de informações que estão disponíveis. Como filtrar? O mercado privado já se atentou e faz esse trabalho de personalização e customização há muito tempo. Hoje em dia possuímos uma série de serviços públicos ótimos, mas que muitas vezes não chegam ao cidadão por conta dessa falta de filtro. Não é por falta de publicidade ou divulgação da mídia, mas é tanta informação que o usuário não consegue filtrar sozinho”.
Conforme Sandro, diferentemente de empresas, o Governo não visa lucro e sim a satisfação do cidadão com o aumento da disponibilidade de serviços. “A tecnologia pode ser a ponte entre os nossos cidadãos e os serviços públicos”, afirmou.
O Grupo de Estudos vai ser criado com analistas, técnicos e trabalhadores das unidades de Tecnologia da Informação de Mato Grosso.