23 de Outubro de 2019 às 17:22
A palestra ocorreu durante o 'Café Tech' criado como parte da iniciativa de disseminar a cultura da inovação na empresa.

Analistas da Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI) participaram, nesta quarta-feira (23.10), da 7ª edição do Café Tech, que abordou as formas de se quebrar "captchas" e facilitar o acesso automático em páginas da web que se utilizem desse recurso de segurança.
O Café Tech foi criado como parte da iniciativa de disseminar a cultura da inovação na empresa. Ao longo de todas as edições anteriores já foram realizadas palestras sobre diversas temáticas relacionadas a área de TI, como combinação de banco de dados relacional e NoSQL, gestão de projetos e inteligência artificial, por exemplo.
Nessa edição, o analista de TI Kivson Andrade realizou a palestra “Quebrando captchas com Python e DeepLearning”, em que explicou sobre o que são os captchas (Completely Automated Public Turing test to tell Computers and Humans Apart) e para que eles foram criados.
O nome não é muito popular entre pessoas de fora da área de TI: os "captchas" são mecanismos automatizados para diferenciar um robô que está acessando uma página web de um ser humano. Na prática, ele evita que programas enviem spams e que sejam feitos cadastros indevidos nessas páginas da web.
“Captchas são as letrinhas todas distorcidas que você vê em um site e que você precisa preencher para dizer se você não é um computador. Entender essas letras que estão ali é fácil para uma pessoa e um pouco mais difícil para um computador, que precisa ser treinado”, disse.
Ainda segundo Kivson, “quebrar o captcha” significa ensinar o computador a preencher essas letras e números que são apresentados. Isso auxilia, especialmente, nas atividades em que é necessário acessar uma página da web por várias vezes e periodicamente.
“Por exemplo, temos uma empresa que possui vários veículos e precisa acessar sempre um site para emitir o IPVA e, em cada acesso, digitar o captcha. Ao invés de ela ter uma pessoa para acessar várias vezes ou ter várias pessoas, basta quebrar o captcha. Isso que pode ser feito pela deep learning, que apresentei hoje”, afirmou.
Para quebrar os captchas, Kivson explicou que pode ser usada a técnica de inteligência artificial chamada de deep learning. Para isso é necessário vários captchas apresentados e os resolvidos, que serão usados para treinar a rede neural convolucional (CNN do inglês Convolutional Neural network ou ConvNet).
“Para treinar o computador você precisa de dados verdadeiros. Da imagem e das respostas correspondentes a essas imagens. Aí você passa para essa rede neural todos os seus captchas e treina essa rede. Aí ela vai conseguir responder para você novos captchas com mesmo formato de forma bem rápida. Assim, você economiza tempo e não precisa de uma pessoa para fazer esse preenchimento todas as vezes”, explicou.
Em um dos modelos de rede neural desenvolvidos pelo analista para quebrar captchas, foram utilizadas 6 mil imagens e ele conseguiu obter um índice de 97% de certeza. Ou seja, o programa preencheu o captcha de forma correta em 97% das vezes em que foi utilizado. “Quanto mais imagens se utilizar para treinar o computador, maior índice de certeza você obterá. Uma ação muito útil para várias atividades”, encerrou.
Além desta edição do Café Tech, estão previstos novos encontros e os próprios analistas da MTI podem participar como palestrantes. A previsão é de que o Café Tech ocorra uma vez por mês.